O Significado da Vida. A Nova Ciência do Envelhecimento e a Busca pela Imortalidade.

O conhecimento da morte é tão assustador que vivemos a maior parte de nossas vidas em negação do fato, ao mesmo tempo que somos aterrorizados por ele. 

Estamos vivendo uma revolução na biologia. Grandes avanços estão sendo feitos para entender por que envelhecemos — e porque algumas espécies vivem mais do que outras. 

Será que é possível enganar a doença e a morte e viver por muito tempo, muitas vezes além de nossa expectativa de vida atual?

Podemos alcançar a saúde ideal, vencendo o relógio do envelhecimento, sem truques?

O filósofo Stephen Cave argumenta que a busca pela imortalidade impulsionou a civilização humana por séculos. Ele classifica nossas estratégias de enfrentamento em quatro planos. 

O primeiro, ou Plano A, é simplesmente tentar viver para sempre ou o maior tempo possível. 

Se isso falhar, então o Plano B é renascer fisicamente depois que você morrer. 

No Plano C, mesmo que nosso corpo decaia e não possa ser ressuscitado, nossa essência continua como uma alma imortal. 

E, finalmente, o Plano D significa viver através do nosso legado, seja ele consistindo em obras e monumentos ou descendentes biológicos.

Toda a humanidade sempre incorporou o Plano A em suas vidas, mas as culturas diferem na medida em que voltam aos outros planos. 

Na Índia, os hindus e budistas abraçam alegremente o Plano C (mesmo que nosso corpo decaia e não possa ser ressuscitado, nossa essência continua como uma alma imortal) assim com a ideia de que, cada pessoa, portanto, tem uma alma imortal que vive após a morte, sendo reencarnada em um novo corpo, mesmo em uma espécie completamente diferente. 

As religiões abraâmicas, judaísmo, cristianismo e islamismo, subscrevem os planos B e C. Eles acreditam em uma alma imortal, mas também na ideia de que ressuscitaremos fisicamente dos mortos e seremos julgados em algum momento no futuro. Talvez seja por isso que, tradicionalmente, essas religiões insistiam no enterro do corpo intacto e proibiam a cremação.

Algumas culturas, como os antigos egípcios, protegeram suas apostas incorporando todos os quatro planos em seus sistemas de crenças. Em túmulos grandiosos, eles mumificavam os cadáveres de seus faraós para que pudessem se levantar fisicamente na vida após a morte. Mas eles também acreditavam em uma alma, chamada Ba, que representa a essência da pessoa que sobrevive à morte. 

O primeiro imperador de uma China unificada, Qin Shi Huang, adotou uma abordagem igualmente multifacetada à imortalidade. Tendo escapado de muitos ataques à sua vida, conquistado estados em guerra e consolidado seu poder, ele voltou sua atenção para a busca do elixir da vida. 

Em uma combinação extrema dos Planos B e D, Qin também ordenou a construção de um mausoléu do tamanho de uma cidade para si mesmo em Xian, empregando 700.000 homens no processo.

O túmulo continha um exército de 7.000 guerreiros e cavalos de terracota - todos destinados a proteger o imperador falecido até que ele pudesse renascer. Mas, Qin morreu aos quarenta e nove anos em 210 a.C. Ironicamente, podem ter sido poções tóxicas tomadas para prolongar sua vida que, em última análise, a encurtaram.

Nossas maneiras de lidar com a morte começaram a mudar com a chegada do Iluminismo e da ciência moderna no século XVIII. O crescimento da racionalidade e do ceticismo significa que, embora muitos de nós ainda nos apeguemos a algumas formas de Planos B e C, no fundo nos tornamos menos seguros quanto a serem alternativas reais. 

Com o tempo, o nosso foco mudou para encontrar maneiras de permanecer vivos e preservar nosso legado. É uma faceta curiosa da psicologia humana que, mesmo após a partida, sentimos uma forte necessidade de sermos lembrados. 

Ao longo dos tempos, escritores, artistas, músicos e cientistas buscaram a imortalidade através de suas obras. Em última análise, no entanto, viver através do nosso legado não é uma perspectiva totalmente satisfatória.

Se você não é nem um monarca ou bilionário poderoso, nem um Einstein, não se desespere. A outra maneira de deixar um legado e ser lembrado é acessível a quase todos os seres vivos, que é viver através de nossa prole. 

Atualmente, a maioria de nós, especialmente os jovens, vivem suas vidas diárias agindo como se fôssemos imortais.  E isso nos traz de volta ao Plano A. A única estratégia que todos os seres sencientes tiveram em comum por milhões de anos é, simplesmente, tentar permanecer vivo o maior tempo possível. 

O progresso nos permitiu fazer enormes avanços na extensão de nossa expectativa de vida média, em grande parte como resultado da redução da mortalidade infantil. Mas estender o máximo de vida útil - o mais longo que podemos esperar viver, mesmo nas melhores circunstâncias - é um problema muito mais difícil. 

Assim, se nosso tempo de vida útil fosse fixo, poderíamos desacelerar ou até mesmo abolir o envelhecimento à medida que aprendemos mais sobre nossa própria biologia?

A verdadeira revolução começou com a descoberta de genes há mais de cem anos, nos levando a uma encruzilhada. Pela primeira vez, pesquisas recentes sobre as causas fundamentais do envelhecimento estão aumentando a perspectiva, não apenas de melhorar nossa saúde na velhice, mas também de prolongar a vida humana.

A demografia está impulsionando um enorme esforço para identificar as causas do envelhecimento e encontrar maneiras de melhorar seus efeitos, especialmente devido ao constante aumento da população idosa.  

O resultado é que, depois de um longo período em que tivemos um remanso científico, a área da gerontologia decolou.

Só nos últimos dez anos, mais de 300.000 artigos científicos sobre envelhecimento foram publicados. Mais de 700 empresas iniciantes investiram uma combinação de muitas dezenas de bilhões de dólares para combater o envelhecimento - e isso não está contando grandes empresas farmacêuticas estabelecidas que têm programas próprios.

Esse enorme esforço levanta uma série de questões. Poderíamos eventualmente enganar a doença e a morte e viver por muito tempo, possivelmente muitas vezes a nossa vida atual? 

Certamente alguns cientistas fazem essa afirmação. E os bilionários da Califórnia, que amam seus estilos de vida e não querem que a festa acabe, estão muito dispostos a financiar pesquisas nesse caminho.

Os comerciantes da promessa de imortalidade - os pesquisadores que propõem tentar estender a vida indefinidamente, e, os bilionários que os financiam - são realmente uma versão moderna dos profetas antigos, prometendo uma vida longa em grande parte livre do medo de invadir a velhice, evitando a morte. 

Quem teria essa vida? A pequena fração da população elitizada que pudesse pagar? Qual seria a ética de tratamento ou de modificação dos humanos para conseguir isso? Seria o tal “melhoramento” proposto pelo transumanismo algo sincero e justo? Se tornado amplamente disponível, que tipo de sociedade teríamos? 

Seríamos sonâmbulos frente ao futuro se não considerarmos todos os jogos que estão acontecendo com a humanidade frente a tais promessas. 

Uma análise muito mais ampla e detalhada, é fundamental para que cheguemos aos potenciais aspectos, consequências sociais, econômicas e políticas, se somente alguns humanos viverem muito além do tempo normal, frente às verdades das condições atuais e futuras da grande massa.

Quando consideramos os recentes progressos científicos e a enorme quantidade de dinheiro derramada nessa pesquisa do envelhecimento, devemos perguntar para onde essa pesquisa está nos levando, bem como o que ela sugere sobre os limites dos seres humanos.

O problema é tão central que afeta praticamente todos os aspectos da biologia e, nas últimas décadas, descobrimos que grande parte do envelhecimento tem a ver com a forma como nosso corpo regula a produção e destruição de proteínas. 

Então, o que encontramos no formato da ciência do envelhecimento, é fascinante devido ao grande volume de pesquisas que levaram a alguns avanços, muito reais em meu entendimento, entretanto, simultaneamente, pode ser observado com crescente alarme, a enorme quantidade de promessas exageradas e falsas, associadas, o que levou à comercialização generalizada de remédios duvidosos que têm uma conexão altamente tênue com a ciência real, e por outro lado, gerando potenciais efeitos colaterais..., talvez até desejados.

Indiscriminadamente, esse tipo de produto ofertado, continua a florescer porque capitalizam dividendo pelo nosso medo natural de envelhecer e ficar incapacitado, e, eventualmente, morrer.

Separar o que é verdade, da mentira, e revelar o que é possível alcançar, frente ao nosso momento civilizacional, é o objetivo deste trabalho. 

Ao longo do caminho, exploraremos o programa da vida regido por nossos genes e como ele é interrompido à medida que envelhecemos. Vamos analisar as consequências dessa ruptura para nossas células e tecidos e, finalmente, para nós mesmos como seres individuais. 

Examinaremos a fascinante questão de porque, embora todas as criaturas vivas estejam sujeitas às mesmas leis da biologia, algumas espécies vivem muito mais do que até mesmo as intimamente relacionadas, e o que isso pode significar para nós, humanos. 

Vamos dar uma olhada desapaixonada nos esforços mais recentes que estão sendo feitos para estender a vida útil, e se eles fazem jus ao seu hype. 

Eu também vou desafiar algumas ideias da moda. Espero investigar a questão ética crucial que corre por trás da pesquisa antienvelhecimento: Mesmo que possamos, deveríamos buscar a imortalidade física?

O primeiro passo em nossa jornada é pensar sobre o que exatamente é a morte, como ela pode se manifestar ao explorar a questão fundamental de porque morremos.

O Segundo passo, será o de abordarmos, de maneira adequada, como atrasar e reverter o relógio biológico, potencializando estados de saúde e jovialidade, dentro da mais avançada e confiável pesquisa científica, afastando os vendilhões de promessas falsas. 

O Terceiro passo será o de avaliar o que o futuro nos reserva, as promessas da tecnologia x o que realmente elas significam. 

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- O Gene da Imortalidade.

- Por que a morte existe? 

- Podemos viver para sempre?

- Deveríamos viver para sempre?

- O que significa isso em relação a um corpo descartável?

- Discussões embasadas em parâmetros da biologia, fisiologia, metafísica, em correlação com o momento desta civilização.

- Como resetar o Relógio Biológico. 

- O que está nos deixando doentes e como modular o dano ao nosso corpo gerado por políticas e pelo meio ambiente.

- Verdades e Mentiras sobre impedir o envelhecimento e o rejuvenescimento. Publicações científicas e tratamentos ideais. 

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