A religião sempre esteve por detrás da política:

Uma ressurgência religiosa tomou posse do mundo. A teologia política e a relação entre autoridade religiosa e política, explicam muito sobre o comportamento radicalmente variado dos atores religiosos e políticos atuais. Por vezes, a fusão é tão intensa que se torna indistinta.  

Por detrás dessas duas principais reivindicações, estão alguns conceitos importantes: religião, o ator religioso, a autoridade política, teologia política e, a relação entre religião e Estado. (...) 

Embora essas figuras sejam familiares na imaginação do público, elas são mais complexas do que parecem e, portanto, exigem um exame mais minucioso da história antiga e correlação com a atual.

Texto baseado em: Toft, Monica Duffy. God's Century: Resurgent Religion and Global Politics (p. 20). W. W. Norton & Company. Edição do Kindle.

A criação do mito do messias cristão:

Embora o mito messiânico já existisse anterior ao judaísmo, foi a partir do cristianismo que ele se manifestou plenamente imanente. Joseph Atwill, descreve o surgimento deste mito em seus livros:

“Na mente popular, e nas mentes da maioria dos estudiosos, a origem do cristianismo é clara: a religião começou como um movimento dos seguidores da classe baixa de um mestre judeu radical no século I d.C.

Havia muitos deuses adorados durante a era de Jesus que agora são vistos como fictícios, e nenhuma evidência arqueológica de sua existência foi encontrada. O que mais contribuiu para o meu ceticismo foi que, no exato momento em que os seguidores de Jesus estavam supostamente se organizando em uma religião que instava seus membros a "dar a outra face" e "dar a César o que é de César", uma outra seita da Judéia estava travando uma guerra religiosa contra os romanos. Essa seita, os Sicarii, também acreditava na vinda de um Messias, mas não em quem defendia a paz. Eles procuraram um Messias que os lideraria militarmente. 

Parecia implausível que duas formas diametralmente opostas do judaísmo messiânico teriam surgido da Judéia, ao mesmo tempo. 

É por isso que os Manuscritos do Mar Morto me interessavam tanto, e comecei com o que se transformou em um estudo de uma década. 

Como tantos outros, eu esperava aprender algo sobre as origens do cristianismo nos documentos de dois mil anos encontrados em Qumran. Também comecei a estudar os outros dois grandes trabalhos dessa época, o Novo Testamento e as Guerras dos Judeus, de Flavius Josephus, um membro adotado da família imperial; Eu esperava determinar como os pergaminhos se relacionavam com eles. Ao ler esses dois trabalhos lado a lado, notei uma conexão entre eles. Certos eventos do ministério de Jesus parecem se aproximar de episódios paralelos da campanha militar do imperador romano Titus Flavius, enquanto ele tentava obter o controle dos judeus rebeldes na Judéia.

Meus esforços para entender esse relacionamento me levaram a descobrir o incrível segredo: essa família imperial, os flavianos, criaram o cristianismo e, ainda mais incrivelmente, incorporaram uma sátira hábil dos judeus nos evangelhos e nas guerras dos judeus para informar a posteridade desse fato.

A dinastia flaviana durou de 69 a 96 d.C., período em que a maioria dos estudiosos acredita que os evangelhos foram escritos.”

Atwill, Joseph. Caesar's Messiah: The Roman Conspiracy to Invent Jesus:Flavian Signature Edition (pp. 9-10). NLightning WorkZ. Edição do Kindle.

A religião foi inventada como uma propaganda de guerra, voltada principalmente para judeus helenísticos da diáspora, e também, para os gentios (que estavam sendo abordados por evangelistas judeus). 

Esse ato secreto de guerra psicológica teve sucesso além dos sonhos mais selvagens dos romanos. Até hoje, a visão dominante é que o cristianismo surgiu em circunstâncias humildes e cresceu para proporções massivas, enquanto é conduzido por uma variedade de tendências filosóficas e religiosas, se não pelo próprio Deus. No entanto, como o próprio Atwill apontou:

“...da forma como o cristianismo descreveu suas origens, não seria apenas sobrenatural, mas também historicamente ilógico. O cristianismo, um movimento que incentivou o pacifismo e a obediência a Roma, afirma ter surgido de uma nação envolvida em uma luta de um século com Roma. 

Uma analogia às origens do cristianismo pode ser um culto estabelecido pelos judeus poloneses durante a Segunda Guerra Mundial que estabeleceu sua sede em Berlim e incentivou seus membros a pagar impostos ao Terceiro Reich....”

Pois é...

A pergunta que fica agora é: Será que conseguiremos identificar ramificações desses variados grupos inseridos nas religiões e política atual? Agora resta fazer a pergunta certa: 

- O que hoje está acontecendo e diretamente se conecta a essas histórias?

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